quinta-feira, 31 de outubro de 2013

PENSANDO A REFORMA PROTESTANTE


Por G. M. Rocha

Hoje se completam 496 anos da Reforma Protestante. As teses de Lutero nos mostram que a venda de indulgencias foi o que podemos chamar de "estopim" do movimento de reforma. 
As pessoas estavam sendo induzidas a acreditar que assim que a moeda tilintasse nos cofres da igreja, uma alma voaria do purgatório. 
Na verdade, os vendedores de indulgencias estavam se aproveitando do temor que as pessoas tinham de irem para o inferno, e passaram a ganhar muito dinheiro, vendendo-lhes os céus. 

Em outras palavras, a religião arrecadava muito dinheiro explorando o medo das pessoas e os religiosos exerciam muito poder e controle sobre as pobres almas ignorantes.

E a pergunta que fazemos olhando o cenário evangélico atual é: O que mudou? o que permanece?
Pelo visto, mudaram-se o cenário; mudaram-se os atores; mudaram-se as causas do medo... Permanece a ganancia, a exploração dos diversos medos criados em nossa sociedade, o enriquecimento de lideres religiosos as custas de uma massa ignorante e acéfala.

Antes da Reforma, o povo não tinha direito à leitura das Escrituras e se tornaram massa de manobra nas mãos do clero católico, mas o que mudou? Temos a Bíblia, cada casa tem no mínimo uma completa ou pelo menos o Novo Testamento, mas mesmo assim temos um povo manipulado, ensandecido e alienado, e tudo isto porque apesar de termos a Bíblia não a lemos, e quando a lemos, lemos com os olhos condicionados pela interpretação dos que querem nos explorar e nos manter presos ao tronco da ignorância.

Resultado de tudo isto? Uma geração dominada pelo medo. Medo de "tocar nos ungidos do Senhor", sem perceber que para o Novo Testamento "ungido" não se trata de uma classe privilegiada, mas de todos os que acreditam em Cristo; e ainda, sem perceber que os indivíduos que usam esse termo, está na verdade, tentando se blindar para impedir que as pessoas se levantem contra o desmando deles. 

Mas não é só isto, temos medo que esses que se dizem ungidos tenham de fato o poder de nos amaldiçoar e assim as pessoas, como gado indefeso se deixa levar para qualquer lugar que interesse a esses "ungidos".
Somos uma geração que teme. Teme o tal de "devorador", uma especie de inimigo invocado pelos lideres para obrigar as pessoas a contribuírem com os seus dízimos, sob a pena de não conseguirem prosperar, ou de padecerem sob diversas doenças que o "Senhor" permitirá aos que não forem" fiéis" nesse quesito;

E ainda, somos uma geração que tem medo de que a família chegue ao fim, e não percebemos o quanto esse medo pode estar sendo usado por muitos, afim de que venhamos continuar elegendo políticos desonestos e corruptos pelo simples fato de ter um nome de "evangélicos" e posarem de "defensores da moral";
Poderia citar muitos outros exemplos de como o medo continua sendo uma poderosa arma nas mãos da religião evangélica no Brasil para oprimir, controlar, manipular e mentir em nome de Deus. 

Lamentável, mas somos uma geração de cristãos movida pelo medo, medo esse que os espertalhões usam sem nenhum escrúpulo para nos explorar, nos enganar, nos manter cativos e, pior de tudo, envergonhar o Evangelho de Cristo.
Assim, não somos uma geração que teme o inferno, por isso não estão mais nos vendendo o céu. O que tememos? Tememos não prosperar, não ter status; tememos as doenças, a violência; tememos o não ser competitivo. Por isto a moda é vender auto-realização, bençãos automáticas, prosperidades que aconteçam assim que as notas (não mais as moedas) caírem nos cofres das instituições.

Sei que ainda existem exceções, mas para mim esse dia da Reforma, pelo menos no caso do Brasil, tem pouco para se comemorar e muito para se indignar, para protestar, para confrontar, afim de que levantemos uma nova geração que crê em Deus, mas não se permite, nem por um único momento, se prostrar diante dos caprichos da religião.

Que Deus nos ajude!

sábado, 19 de outubro de 2013

MANIPULADORES DE "SUCESSO": ALGUMAS HIPÓTESES

Por G. M. Rocha

Por que muitos manipuladores continuam se dando bem? 
Tenho pensado em algumas hipóteses sobre esta questão e gostaria de compartilhá-las. O que se percebe é que os manipuladores geralmente usam um método infalível (?) no convencimento de pessoas fragilizadas, interesseiras ou ignorantes. Poderíamos chamar esse método de “os quatro passos da manipulação”, que são os seguintes:

Em primeiro lugar, enfatizam exageradamente os problemas que afligem quase todas as pessoas, até gerar no indivíduo o desespero e o sentimento de desamparo. Em outras palavras, dão um zoom nos problemas. (É preciso fazer o indivíduo se sentir achatado, esmagado e impotente diante do peso imaginário do problema; é preciso criar o sentimento de desamparo do sujeito); 

Em segundo lugar, usam de todos os meios para que os indivíduos não percebam as causas reais de seus problemas (é preciso desviar a atenção, desfocar.); 

Terceiro, elegem um inimigo imaginário "causador de todos os males" e o atacam com toda a força para se passarem por pessoas audaciosas e ousadas, para impressionar as pessoas com uma suposta autoridade no combate ao “mal”, passando a ideia de que são os defensores dos que sofrem ou da justiça, ou da verdade, ou do bem comum. 
Para fundamentar esta questão, basta que citemos alguns exemplos bem recentes: A igreja católica já elegeu hereges e bruxas, Hitler elegeu os Judeus, os militares no Brasil elegeram o comunismo para justificar o golpe de 64, Os Estados Unidos têm elegido os muçulmanos e, muitos evangélicos no Brasil elegeram o diabo, o candomblé e agora, já estão elegendo os gays e sabe-se-lá quem serão os próximos candidatos...; 

Finalmente, os espertalhões se fazem passar por únicos detentores dos segredos que podem levar todos a triunfarem sobre os inimigos cuidadosamente eleitos. A partir desse momento, todos os que aceitaram a sugestão tendem a se transformar em eternos dependentes, entrando em um eterno círculo vicioso, do qual, provavelmente, jamais sairão até que gastem o último centavo. 
E o resultado? Sucesso total! Não o sucesso dos que acreditam nessas quimeras, mas o sucesso dos que inventaram a fórmula mágica (a maioria dos vendedores de ilusão tem acumulado muita riqueza em tempo record). 
E Sabe qual a razão do sucesso desses vendedores de ilusões? Não faltam pessoas fragilizadas em busca de uma fuga da realidade e dispostas a abraçar qualquer promessa de sucesso instantâneo, sem muito esforço... O pior de tudo é que essas pessoas se tornam tão dependentes dessas fórmulas mágicas que não se dão conta de que estão passando pela vida tentando agarrar sombras, ou como o cão que corre atrás do próprio rabo... 

Quer saber? O mundo é louco! Fazer o que?