quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Quando a Assembléia era de Deus...

Posted: 13 Dec 2010 08:15 AM PST
Por Nelson GervoniSou de família assembleiana, quando nasci meus pais eram da Madureira, tenho dois primos e um tio pastores no Ministério do Belém, um segundo tio é pastor de Madureira, meu sogro é presbítero e dirigiu diversas congregações da Assembléia, minha esposa nasceu e foi criada nesta igreja e atualmente me vejo pastor ligado à CGADB (Convenção Geral das Assembléias de Deus) através do... 
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terça-feira, 25 de janeiro de 2011

DOS ENCAVERNADOS


Por Gilvan Monteiro da Rocha[1]
É duro viver impotente em um mundo de utopias, onde só se pregam ilusões, onde uma mentira grosseira embalada num frágil papel de piedade vale mais que mil verdades, onde multidões preferem viver mil anos na escuridão da ignorância que um único dia ao sol resplandescente do conhecimento; onde poucos são os que conseguem desconfiar das cadeias invisiveis; onde falar da realidade é algo simplesmente impossível,  como uma voz que clama no deserto, sem alguem que possa ouvir. Parece que o mundo em que vivemos ama viver de quimeras, onde a "doce" ilusão qual deusa da felicidade, mantém todos em cavernas[2] onde sombras ilusórias confundem-se com a realidade, mantendo seus prisioneiros comodamente dominados, por se sentirem seguros em sua mortal zona de conforto, como animais de corte que pastam tranquilamente ao lado do matadouro.
Mas quem, que tendo subido a esse monte alto do conhecimento e contemplado esse sol real poderá voltar a essa prisão?
Se já ti libertaste dessas cadeias, não ouse descer a essa caverna onde a tolice é louvada; onde homens acomodados a essa vida rastejante se recusam a abandonar esse sentimento de felicidade próprio dos tolos que desconhecem suas próprias prisões.
Ao que parece, é próprio daquele que conheceu o mundo real, querer comunicar isso àqueles que vivem presos àquelas cadeias das quais fôra prisioneiro outrora, no propósito de vê-los também livres; doutro modo muitos que tentaram assim fazê-lo acabaram por serem obrigados a tomar cicuta ou mesmo experimentar desde a forca,  à fogueira, a guilhotina e até a cruz. E esses exemplos simplesmente parecem nos informar que a melhor atitude daqueles que já contemplaram a luz é no máximo se compadecer dos que não desejam ou ignoram essa liberdade. Talvez concorde com isso a suprema sabedoria e prudência quando nos ensina que não devemos “lançar nossas pérolas aos porcos”.
Voltando ao inicio da nossa conversa, volto a afirmar que é duro viver impotente em um mundo de utopias!
 Às vezes somos levados a perguntar como pode, em pleno século vinte e um, em um mundo de tantas informações a indústria da irracionalidade continuar a obter tantos lucros?
Como pode tantas pessoas se deixar dominar por tantos discursos manipuladores de supostos benfeitores que continuam em nome de Deus, da fé ou do progresso a mantê-las presas em verdadeiros “feudos espirituais” ou currais eleitorais com os mesmos argumentos de uma promessa de um futuro promissor que nunca chega?
Como pode tantas pessoas, que apesar dos desmandos cometidos com as suas contribuições, continuarem a acreditar que a prosperidade só lhes será possível se doar dinheiro a alguma instituição religiosa?
Como podem ignorar que muitas nações que conseguiram um vertiginoso crescimento econômico nos últimos anos não o fizeram por fatores de conhecimento ou prática religiosa e sim por investimento principalmente na educação?
Como não compreender que a fé cristã é totalmente antagônica a essa supervalorização do ter em total detrimento do ser?
Como pode pessoas continuar buscando homens para se confessarem se a Bíblia diz que só Deus perdoa pecados?
Como pode políticos que gastam fortunas em campanhas eleitorais conseguirem se elegerem? Será que não se percebe que alguém vai ter que pagar essas contas?
Como pode os fichas sujas, os “sanguessugas”, os que carregam dinheiro até nas cuecas e tantos outros mais se elegerem com quantidades tão expressivas de votos?
Aqui vale lembrar as palavras de Monteiro Lobato: “um pais se constrói com homens e livros”.
Somos outra vez obrigados a perguntar: Livros? Muitas bibliotecas em nossas escolas estão cheias deles, mas a maioria dos nossos alunos termina o segundo grau sem ter lido um sequer! Como então não se alienar, como não viver uma vida fantochiana, como não viver uma vida marionetiana?
São escravos porque amam a ignorância, por isso, passarão toda uma vida na caverna confundindo sombras com realidade.
E você meu amigo que já chegou ao topo desse monte, não ouse lá descer, a única saída é se acostumar com essa vida de impotência, pois os prisioneiros a quem desejas libertar há muito que já se apaixonaram pelo carcereiro.
Sendo assim, que podes então fazer? Continue subindo! Se desejares um fundo musical, uma boa dica seria “É Proibido Pensar” ou “Admirável gado novo” ou “Vida de Gado”.


[1] Gilvan Monteiro da Rocha é estudante do 3º semestre de Historia pela Uneb – Universidade do Estado da Bahia, Campus XVIII.
[2] Baseado no sétimo capítulo do Livro “Da República” de Platão.